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Qual sua pretensão salarial? Dicas de Entrevista de Emprego

Qual sua pretensão salarial? Dicas de Entrevista de Emprego

Não há vaga de emprego hoje em dia que não pergunte ao candidato sua pretensão salarial. E, consequentemente, nenhum candidato prossegue em qualquer processo sem responder a essa pergunta. O problema dela é: Como garantir uma vaga sem pedir menos do que valho, ou sem queimar a candidatura por ter pretendido mais do que o oferecido?

Esse é um habito socio cultural encontrado no Brasil que difere dos Estados Unidos. Aqui no Brasil é comum as empresas usarem tabelas de teto salarial sem considerar as habilidades extras pretendidas pela vaga. Ou seja, quando uma empresa procura um profissional experiente, exige conhecimentos adicionais que, muitas vezes, não fazem parte do portfolio profissional qualificado nas tabelas salarias.

Qual sua pretensão salarial? Dicas de Entrevista de Emprego
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Nos Estados Unidos, toda vaga tem seu piso, mas ao montar o salário oferecido, o teto é definido de acordo com as competências exigidas, e não no teto apontado em pesquisas de mercado. Dessa forma, sempre é possível haver negociação salarial que seja vantajosa tanto para a contratante, quanto ao futuro colaborador, pois o mesmo se sente valorizado e recompensado de acordo com sua real experiência e formação acadêmica.

Por exemplo: Recentemente encontrei uma postagem para uma vaga de Gerente WEB em uma multinacional. No entanto, essa vaga requeria experiência com Gestão de Recursos Humanos, que não é comum em profissionais de tecnologia.

Surpreendentemente, ao questionar sobre a vaga, fui informado que o salário é o mesmo de um Gerente de Web oferecido 3 anos atrás, com uma diferença crucial – agora o gerente de WEB também precisava ter experiência em Recursos Humanos.

Um fato interessante a mencionar é que o mercado de gerente de WEB oferece um valor, mas o diferencial de Recursos Humanos deveria aumentar o salário em, pelo menos, 30% por ser uma disciplina completamente fora de tecnologia.

Como foi que descobri o valor oferecido pela vaga, sem queimar minha “candidatura”? Minha resposta à pergunta sobre pretensão salarial foi:

Não tenho pretensão, sei o que o mercado oferece, mas meu curr­culo está muito acima da mediocridade profissional do qual as empresas reclamam tanto. Portanto, espero uma oferta condizente com minha formação e experiência.

Essa afirmação me permite, em 80% das submissões, descobrir qual o teto oferecido pela vaga, sem perder a chance de prosseguir no processo.

Qual sua pretensão salarial? Dicas de Entrevista de Emprego
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Portanto, quando for perguntada qual sua pretensão salarial, não diga o quanto quer receber, pois provavelmente não será isso que a empresa estará disposta a pagar. Responda que sabe seu valor e prefere que a empresa faça uma oferta. Suas chances serão grandes de descobrir qual é o teto salarial da vaga, o que lhe permitirá escolher consciente antes de iniciar qualquer processo.

A razão principal da dificuldade em encontrar e manter profissionais competentes

A razão principal da dificuldade em encontrar e manter profissionais competentes

A maioria das empresas, gestores, e escritórios de Recursos Humanos fazem o mesmo comentário (com pequenas variações): “É muito difícil conseguir um profissional competente que seja fiel à  empresa”.

Com certeza, essa afirmação não passa da mais simples realidade. O que todos falham em notar é que esse problema se deve à  atual política de contratação vigente no Brasil que, embora sem base legal, se tornou a norma aceita pela indústria de tecnologia.
A maioria das empresas exige dezenas de especializações, experiência extensiva, frequêntemente inglês e algumas vezes até espanho fluentes. No entanto, as empresas se propõe a pagar o valor de alguém que tem somente uma ou duas das qualificações exigidas, e definem teto para salário. Demandam profissionais com cada vez mais qualificações mas se mantém sob a média salarial que não inclui essas demandas adicionais.
Exemplo de anúncio de emprego:
Analista Programador C Sharp especialista em SQL Server Senior (1 Vaga)
Atribuições:  Análise e desenvolvimento de produtos de software.

Habilidades Técnicas:  – Familiaridade com desenvolvimento em .NET (obrigatório).

– Excelente lógica de programação (obrigatório).
– Conhecimentos profundos de SQL Server 2008 ou superior (obrigatório).
– Conhecimentos básicos de Reporting Services e Analysis Services 2008 ou superior (obrigatório).
– Conhecimentos em bancos de dados data warehouse (DW)
– Conhecimentos em Business Intelligence
– Experiência com processo de ETL
– Larga experiência em SQL Server (mais de 5 anos)
– Experiência com .NET (Compact Framework, Windows Form’s,  ASP.NET, Web Services) (desejável).

Formação Educacional:  Superior completo ou em andamento na área de computação.  Idiomas:

– Inglês para leitura (obrigatório).
– Inglês avançado (diferencial).
Considerando a média salarial de um Analista Programador, sabemos que varia entre 2.200 e 9.500, sendo que há várias modalidades de Analista, desde mainframes a Java. (fonte:  http://info.abril.com.br/professional/salarios/)
Agora, qual é o salário que um profissional com todas as especializações adicionais deve receber? Fica difícil julgar, a não ser que seja feita uma análise do currículo versus as competências requeridas e competências  adicionais.
No entanto, quando o teto já é pré-definido, tanto a empresa quanto o profissional perdem oportunidades de crescimento e realização.
Vale lembrar que o profissional também analisa a empresa antes de aceitar deslocar-se para a entreviste e aceitar uma oferta. A solidez e seriedade da empresa também influenciam muito, não só o salário.
Para qualquer posição, sendo efetiva (CLT) ou como prestador de serviços (PJ), os benefícios também contam muito na hora de decidir valor de pretensão salarial. Quando os benefícios estão competitivos a empresa ganha pontos como empregador e se torna objeto de desejo dos profissionais. Empresas como  Google, que tem  política extremamente aberta e maleável, e mesmo assim mantêm alto rendimento profissional, são umas das mais cobiçadas pelos profissionais de tecnologia.
Alguns desses benefícios, como vale estacionamento, podem não ser tão importantes para o candidato quanto bônus por desempenho ou participação nos resultados por exemplo.
 
É compreensível que as empresas estabeleçam tetos salariais para evitarem gastos excessivos com profissionais, especialmente em um país onde os impostos e contribuições empregatícias variam em  até 80% do salário nominal. No entanto as empresas, exceto aquelas já estabelecidas, preferem contratar profissionais no regime de Prestador de Serviços para baixar seus custos de “overhead”, mas mantém o valor de salário o mais baixo possível.
Portanto, o que falta no Brasil é a maleabilidade de negociação, tanto nos benefícios, quanto no salário efetivamente. Em países mais desenvolvidos, em uma primeira entrevista raramente se menciona valores de salário.
Fazendo uma comparação básica:  Ninguém começa um relacionamento, seja de negócios ou romântico, perguntando quanto o outro indíviduo ganha e quanto ele quer para que o relacionamento dê certo.
 
Em empresas maduras, apesar de sempre trabalhar com base na média salarial, oferecem o salário de acordo com o profissional, e somente após avaliação do mesmo. Ou seja, o salário base sempre é o de mercado, mas quando um profissional de qualidade superior aparece, o salário oferecido a esse profissional sempre é superior, pois a empresa vê o benefício de contratar um profissional acima do mercado, e não qualquer um que aceite o valor previamente estabelecido.
Assim, o profissional se sente valorizado, e a empresa automaticamente ganha a lealdade do profissional, por este saber que está sendo recompensado de acordo com suas qualidades, e não pelo molde de mercado.
 
Somente quando as empresas mudarem seu pragma empregatício é que o Brasil verá real desenvolvimento e crescimento técnico.