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Porque não faço minhas visitas de mestre familiar?

Porque não faço minhas visitas de mestre familiar?

Porque não faço minhas visitas de mestre familiar?

Em um discurso proferido em uma reunião geral do sacerdócio da Igreja, o Presidente Ezra Taft Benson ensinou:

“Sinto-me motivado a falar-lhes do programa do sacerdócio que foi inspirado desde sua criação” um programa que toca corações, que muda vidas e que salva almas; um programa que tem o selo de aprovação do Pai Celestial; um programa tão vital que, se for seguido, vai ajudar a renovar espiritualmente a Igreja e exaltar seus membros e suas famílias.”

Esse programa é o de Mestres Familiares. Instituído desde os primeiros anos da restauração do evangelho, mas muitas vezes negligenciado pelos membros do sacerdócio.

E Por que essas visitas não são feitas? Seguem alguns dos motivos:

TEMOR DE FALAR EM PÚBLICO

Apesar de não ser considerado um grande público, uma família visitada se torna um público. Os sintomas fisiológicos relacionados ao temor de falar em público incluem suor, dificuldade em respirar, gagueira, torpor de pensamento, tremedeira, etc. Em alguns casos, esse temor pode ser tamanho incomodo para o mestre familiar que esse acaba por não fazer nenhuma visita, para não ter que experimentar os sintomas novamente.

MEDO DE RESPONSABILIDADE

As famílias visitadas são responsabilidade da dupla de mestres familiares. O bem estar financeiro, emocional e mesmo social das famílias deve ser analisado e sua manutenção acompanhada. Para alguns, saber dessa responsabilidade, se torna um peso emocional muito grande e causa pavor e medo.

MEDO DE ENSINAR

Relacionado ao temor de falar em público, o medo de ensinar é mais comum em duplas que visitam membros com mais tempo de igreja, com mais conhecimento, ou de cargos mais importantes na ala ou estaca. Como que o mestre familiar deve ensinar uma família que está tão firme no evangelho, ou que sabe tão mais que o próprio mestre familiar?

FALTA DE TREINAMENTO EM COMO FAZER VISITAS

Não existe receita de bolo. Normalmente, uma oração para abrir e outra para finalizar a visita, uma conversa sincera para verificar a situação espiritual, emocional, financeira e social da família, uma breve mensagem, muitas vezes da Liahona. Mas, nada impede que seja somente um momento de descontração, de amizade, de fortalecimento de laços.

TIMIDEZ

Dependendo da personalidade do mestre familiar, a timidez pode ser tênue ou acentuada. Em qualquer instancia, a timidez pode ser minimizada pelo convívio. As primeiras visitas sempre são as mais incomodas, mas com o tempo, quando a amizade se solidifica, a timidez desaparece.

FALTA DE CONHECIMENTO DO EVANGELHO

A falta de conhecimento está relacionado ao medo de ensinar, pois para muitos, o evangelho ainda não é tão claro. O testemunho é claro, aquele sentimento de segurança que o evangelho é verdadeiro, que Jesus é O Cristo, que Joseph Smith restaurou a verdade, que o Livro de Mormón é a palavra de Deus, que a Bíblia é a palavra de Deus. No entanto, um estudo completo de toda doutrina, das escrituras, o conhecimento da estrutura da igreja, do sacerdócio, leva anos de estudo e dedicação. Para alguns, esse caminho ainda está sendo trilhado e, portanto, temem não saber o suficiente para serem capazes de ensinar outrem.

FALTA DE TEMPO

Talvez o pior e maior problema dos nossos dias. Todos estamos atrás de pagar as contas, estudar, criar nossos filhos, meditar, aprender, e assim por diante. Gosto de comentar o paradoxo do tempo: Se formos fazer tudo que nos dizem que devemos fazer “” escovar os dentes 3 vezes ao dia, usar desinfetante bucal; estudar as escrituras, cuidar da casa, fazermos exercícios, trabalharmos 8 horas por dia, cuidarmos de nossos filhos, estudarmos algum assunto do nosso interesse, etc, o dia teria que ter 48 horas.

Portanto, conseguir fazer tempo para visitas de mestre familiar exigem disciplina e força de vontade.

Em qualquer uma dessas situações, podemos procurar o apoio de nossos líderes, do Senhor e do Espírito, através de oração, jejum e estudo.

Não podemos tratar o ensino familiar com pouco caso. O chamado do ensino familiar deve ser aceito como se tivesse feito pessoalmente pelo Senhor Jesus Cristo.

O trabalho de Mestres Familiares é um dos alicerces da ala. Quando fortalecemos nossos elos, entre famílias, podemos fortalecer nossa ala.

Os mestres familiares podem: … certificar-se que a igreja se reúna amiúde e também certificar-se que todos os membros cumpram seus deveres” (D&C 20:53-55).

“…visitar a casa de todos os membros, exortando-os a orarem em voz alta e em segredo e a cumprirem todas as obrigações familiares” (D&C 20:51).

Mesmo se nunca fomos visitados, podemos melhorar nossa espiritualidade e gratidão ao Senhor visitando nossos irmãos da ala.

Pierre Beaumarchais disse:

“Só nos interessamos pelos problemas dos outros quando os nossos não nos preocupam.”         

Apesar de não ter encontrado a referência, lembro da história do pai que não consegui acalmar o recém-nascido, que chorava de fome, num trem. Os outros passageiros aguentaram pacientemente, mas acabaram por se irritar com o rapaz ordenando que fizesse o choro irritante parar. Com lágrimas nos olhos, o pai exclamou que não conseguia, pois estava na hora da criança mamar, mas a mãe estava num caixão, no vagão de trás.

Nessa hora, os outros passageiros perceberam sua falta de empatia, se enterneceram e começaram a se oferecer a ajudar o pai desesperado.

O evangelho nos ajuda a abrir nossos olhos e enxergar o amor de Cristo. Mesmo com todo o sofrimento dele, tudo que Ele fez foi por nós!

Que possamos ver os problemas dos outros e percebemos que nossos problemas não são tão grandes.

Onde for possível, os mestres familiares visitam os membros em casa pelo menos uma vez por mês. Os mestres familiares também procuram outras maneiras significativas de zelar pelas famílias que lhes foram confiadas e de fortalecê-las. Eles podem, por exemplo, prestar serviços í  família ou entrar em contato com os membros da família por correspondência ou telefone.

Os mestres familiares representam o Senhor, o bispo e os líderes do quórum ou do grupo. Podem ser uma importante fonte de ajuda para os membros. Eles consultam o chefe da casa para informarem-se das necessidades da família e sobre como podem ser mais úteis.

Os mestres familiares se informam dos interesses e das necessidades dos membros da família e se lembram de acontecimentos especiais na vida deles.

Quando necessário, os mestres familiares ajudam os pais a assegurarem-se de que os filhos sejam abençoados, batizados e confirmados. Também podem ajudar os pais a assegurarem-se de que o Sacerdócio Aarônico e o Sacerdócio de Melquisedeque sejam conferidos aos filhos homens e que sejam ordenados aos ofícios do sacerdócio na idade certa.

Os mestres familiares oferecem ajuda quando o membro está desempregado, enfermo, solitário, de mudança ou com outras necessidades.

Os mestres familiares ajudam os membros a fortalecer a no Pai Celestial e em Jesus Cristo e os incentiva a fazer e guardar convênios sagrados. Esse serviço é particularmente importante para os membros novos e para os membros menos ativos.

Os mestres familiares marcam suas visitas em horários convenientes para as pessoas e famílias. Devem lembrar-se de que são convidados dos membros a quem visitam.

Em conclusão, afirmo que o programa de mestres familiares tocam os corações, fortalecem laços de amizade e elos entre líderes e famílias. Caso tenha dificuldades com suas visitas, procure seu Bispo, presidente do Quórum, Sumos Sacerdotes, ou mesmo líderes da Sociedade de Socorro, para as professoras visitantes.

Ler também http://www.lds.org/topics/home-teaching?lang=por