Princípios que nos levam a Cristo, aplicados no Lar
Este artigo é o texto usado em discurso de 10 minutos, em 14/08/2016, intitulado Princípios que nos levam a Cristo, aplicados no Lar, e discute alguns pontos que podem ajudar nossas famílias a tornarem o lar mais centrado em Jesus Cristo, em espiritualidade e amor.
Preparação desde crianças
A preparação para chegar à Cristo é um ciclo sem fim, assim como o evangelho. Quando crianças, recebemos certas programações dos nossos pais, do ambiente, da sociedade, do planeta. Algumas dessas programações já vem pelo DNA, geneticamente, através de atributos físicos simples ou doenças crônicas. Temos feição parecida aos nossos pais, herdamos sinusite, rinite, asma, lordose, escoliose, nossa esperteza, raciocínio rápido. Em alguns casos mais raros e dramáticos, herdamos deficiências físicas que variam entre dificuldades locomotoras até paralisias completas. O ambiente no ensina, na escola, nos desenhos animados que assistimos na Carrossel, Chiquititas, Cartoon Network, Gloob, Discovery Kids sobre amar ou rejeitar aqueles que são diferentes. Sobre “trolar” os mais fracos, sobre incitar ou lutar contra o bullying.
A sociedade nos ensina o idioma, as gírias, os hábitos, esportes, ou mesmo tendências de conhecimento que, muitas vezes, seguimos sem qualquer questionamento. Nosso planeta usa veículos que queimam combustíveis fósseis e, na maioria das vezes, nem questionamos como funcionam ou mesmo nos importamos com os danos que causamos.
Quando chegamos à vida adulta, todas essas “programações” se solidificam e repetimos o mesmo processo ensinando nossos filhos e netos a perpetuarem essas programações.
Ignorando a programação que recebemos no passado, vamos questionar “O que temos ensinado nossos filhos e Como temos usado nosso tempo no lar”?
Estamos perpetuando hábitos negativos, perniciosos e destrutivos, ou estamos questionando o negativo, transformando em positivo? Estamos potencializando o que é bom, ou estamos deixando que caiam no esquecimento?
O que fazemos hoje, determina o futuro dos nossos filhos e muitas gerações futuras. O que ensinamos nossos filhos e o modo como agimos em nosso lar determina a sociedade, país e planeta em que vivemos.
Pai é o cabeça do lar e é sua responsabilidade
Neste dia especial, dia dos pais, em que comemoramos o honrado papel que os homens recebem ao constituírem famílias, é vital relembrarmos algumas das responsabilidades que temos e herdamos de nosso pai Celestial e nosso primeiro pai físico Adão.
Embora deva ser meta de todo homem honrado, de escolher uma mulher honrada, especial, com testemunho do amor de Deus e do Evangelho – uma mulher que seja preparada para gerenciar um lar e uma família – o homem jamais deve esquecer que é dele a maior responsabilidade: De ser o cabeça da família. Cabeça da família não significa a liberdade de escolher arbitrariamente conforme lhe seja conveniente. Ser cabeça da família significa entender o peso da responsabilidade em ter vidas que dependem dele. Saber que cada decisão pode influenciar para o bem ou para o mal, a esposa e os filhos, possivelmente por várias gerações. É saber que seus filhos vão se espelhar em suas ações, vão almejar ou repudiar serem como ele. Tudo dependendo de como se comportam no lar e, principalmente, quando pensam que ninguém mais está vendo.
Sim, esse papel é de tamanha importância que chamamos Deus de Pai!
Deus senta na sua poltrona celestial e fica somente assistindo seus filhos aqui na terra?
Nosso pai trabalha incessantemente, com auxílio de seus filhos para “Levar a efeito a imortalidade e vida eterna do homem.” (Moisés 1:39)
Ele jamais fica na zona de conforto, culpando qualquer outra pessoa por nada. Jesus Cristo, seu filho, é exemplo do Pai em todas as coisas e afirma:
“Em verdade vos digo que devereis ser como eu sou.” (3 Nefi 27:27)
E, em Mateus 5:48 afirmou:
“Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.” Mateus 5:48
É responsabilidade do pai em guiar a família, em lembra das orações em família, de abençoar o alimento, de ler as escrituras em família, de fazerem noite familiar, de cuidar da casa e auxiliar a esposa a ensinar a luz aos filhos. O Pai jamais espera que a esposa faça, nem culpa ninguém por deixar de fazer. O Pai assume responsabilidade pelas coisas e ruins que acontecem à sua família.
Honrar o Sarcerdócio
O Presidente Howard W. Hunter teve uma única oportunidade de discursar em uma reunião geral do sacerdócio enquanto Presidente da Igreja. Naquela ocasião, em outubro de 1994, seu discurso intitulou-se “Sede Pais e Maridos Justos”. Nesse sermão magistral, ele enumerou vários padrões e expectativas para todos os portadores do Sacerdócio de Melquisedeque. […] “O portador do sacerdócio respeita a família”, disse o Presidente Hunter, “como Deus ordenou. Liderá-la é nossa responsabilidade mais sagrada e mais importante. A família é a unidade mais valiosa desta vida e da eternidade e, como tal, transcende todos os outros interesses”. (“Sede Pais e Maridos Justos”, A Liahona, janeiro de 1995, pp. 5355)
O Presidente Harold B. Lee disse: “O mais importante trabalho do Senhor que poderemos realizar é o efetuado entre as paredes do próprio lar”. (Stand Ye in Holy Places, [1974], p. 255). Precisamos fazer uma auto-avaliação honesta e profunda. Será que estamos ensinando e guiando nossa família no evangelho ou estaríamos deixando essa responsabilidade para outras pessoas? A fim de conduzir a família, precisamos reordenar nossas prioridades de modo a encontrar o tempo necessário. Tempo em quantidade e de qualidade são essenciais.
O Presidente Hunter também nos lembrou: “O portador do sacerdócio lidera o envolvimento da família na Igreja para que aprendam o evangelho e estejam sob a proteção dos convênios e ordenanças”. (“Sede Pais e Maridos Justos”, A Liahona, janeiro de 1995, p. 55) Para conseguirmos, não podemos deixar de pôr certas coisas em ordem em nossa vida pessoal. A hipocrisia jamais rendeu frutos, tampouco o fará hoje. Espera-se que lideremos em retidão e incentivemos nossa família a seguir nosso exemplo. Dirijam a noite familiar e o estudo das escrituras. Dêem bênçãos do sacerdócio. Dirijam a oração familiar e pessoal. O Presidente Monson declarou: “Lembrem que um homem nunca fica tão alto como quando está de joelhos”. (in Conference Report, abril de 1964, p. 130)
Mencionado por H. David Burton na Conferência Geral de Abril 2000
Saber repreender e demonstrar amor
Ensinar nossos filhos é parte vital do propósito das famílias um privilégio dos pais. O pai, portador do sacerdócio deve lembrar-se sempre dos conselhos de Deus em Doutrina e Convênios 121:41-45
Nenhum poder ou influência pode ou deve ser mantido em virtude do sacerdócio, a não ser com persuasão, com longanimidade, com brandura e mansidão e com amor não fingido;
Com bondade e conhecimento puro, que grandemente expandirão a alma, sem hipocrisia e sem dolo —
Reprovando prontamente com firmeza, quando movido pelo Espírito Santo e depois, mostrando então um amor maior por aquele que repreendeste, para que ele não te julgue seu inimigo;
Para que ele saiba que tua fidelidade é mais forte que os laços da morte.
Que tuas entranhas também sejam cheias de caridade para com todos os homens e para com a família da fé; e que a virtude adorne teus pensamentos incessantemente; então tua confiança se fortalecerá na presença de Deus; e a doutrina do sacerdócio destilar-se-á sobre tua alma como o orvalho do céu.
E a promessa do Senhor é clara aos que seguirem esses conselhos:
O Espírito Santo será teu companheiro constante, e teu cetro, um cetro imutável de retidão e verdade; e teu domínio será um domínio eterno e, sem ser compelido, fluirá para ti eternamente. (D&C 121:46)
Feminismo e obediência
Se estivermos fazendo nossa parte como homens, honrando o sacerdócio e nos preparando para esse chamado eterno de pais, podemos confiar que o Senhor nos irá abençoar com uma companheira que também seja honrada e preparada. Existem exceções e situações em que um isso não ocorra. Mas indiferente disso, a companheira no lar é mais do que uma pessoa do sexo oposto.
O primeiro convênio que aprendemos e fazemos convenio de seguir é Obediência, com Eva, e consequentemente todas as mulheres, fazendo convênio de ouvir o conselho de seu esposo, assim como ele ouve o conselho do Pai.
Moisés 7:35 afirma:
Eis que eu sou Deus; Homem de Santidade é o meu nome; Homem de Conselho é o meu nome; e Infinito e Eterno é o meu nome também.
Ouvir o conselho não significa simplesmente escutar, significa ponderar, aceitar, e obedecer ao conselho de daquele Pai que nos criou. Se o homem aprende a “ouvir” (significando obedecer) ao conselho do Pai, em nada esse homem terá transgredido, mesmo que as dificuldades e intempéries da vida assolem e sejam provações. Ao final, o prêmio de estar no reino Celestial, no maior grau de glória, pelo resto da eternidade, vale o esforço de ouvir o conselho!
Um homem honrado que ouve os conselhos do Pai sempre é um feminista, sempre deseja felicidade para sua companheira, sempre apoia a esposa a se desenvolver e a crescer junto com ele, para JUNTOS estarem com Deus, na gloria sem fim. A esposa nunca é uma serva, assim como Deus nunca nos enxerga meramente como servos. E se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se porventura com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados. (Romanos 8:17)
No entanto, o homem, cabeça do lar, deve pôr de lado o homem natural e torne-se como uma criança, submisso, manso, humilde, paciente, cheio de amor, disposto a submeter-se a tudo quanto o Senhor achar que lhe deva infligir, assim como uma criança se submete a seu pai. (Mosias 3:19)
Da mesma forma, a esposa deve tornar-se submissa ao marido, não de forma pejorativa nem como o opositor tenta convencer, usando palavras bajuladoras de feminismo extremista. A esposa deve ser submissa a um homem que é submisso à Deus. Como em uma trilha de dominós, se o esposo é um homem justo que se submete ao seu Pai, ele jamais irá abusar do seu privilégio de ter uma esposa que também é submissa a ele.
O mundo tem pregado que as mulheres têm que ter direitos iguais aos homens. Satanás usou uma verdade sagrada para disfarçar uma mentira mortal: de que a mulher sozinha, ou o homem sozinho, tem felicidade. De que o direito da mulher de ser coadjutora com seu esposo virou seu falso direito de não querer mais ter o homem e lutar para ver “quem é o melhor”.
Eu gostaria de poder engravidar e ter filhos, se eu quisesse ser extremista exigindo justiça, poderia usar esse ou outros argumentos para odiar o mundo e me rebelar contra o que é de Deus. No entanto, o privilégio da maternidade é um dom de Deus que, se visto com os olhos espirituais, serve como amostra do grande amor que Ele tem por nós. O homo sapiens sapiens (nós) são a única espécie em que seus recém nascidos são completamente e totalmente dependentes dos seus genitores. Mais uma forma que Deus mostra que, nas coisas simples, estão os maiores simbolismos do evangelho.
E eis que todas as coisas têm sua semelhança e todas as coisas são criadas e feitas para prestar testemunho de mim, tanto as coisas materiais como as coisas que são espirituais; coisas que estão acima nos céus e coisas que estão na Terra e coisas que estão dentro da terra e coisas que estão embaixo da terra, tanto acima como abaixo: todas as coisas prestam testemunho de mim.(Moisés 6:63)
Não podemos deixar que nosso lar seja impregnado pela doutrina dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal; que fazem das trevas luz, e da luz, trevas; e fazem do amargo doce, e do doce, amargo! (Isaías 5:20 e 2 Néfi 15:20)
Eventos e atividades do lar
O Lar jamais é um lugar entediante. Seja por causa das atividades planejadas, mas principalmente por causa dos constantes imprevistos que SEMPRE aparecem. Seja um dente quebrado ou osso fraturado, ou mesmo pela festa de aniversário, a festa do pijama, o baile, a reunião de trabalho, o churrasco com os amigos, o lar está sempre em constante movimento.
É primordial que façamos oração em família e também em segredo. Que a leitura das escrituras seja um evento diário, seja de manhã, ou antes de dormir. Que noites familiares façam parte da agenda semanal. Que a noite com a esposa seja sagrada. Que a música faça parte dos divertimentos em família. A vida é feita de momentos. A maioria desses momentos são cotidianos e, em longo prazo são esquecidos. Mas as lembranças do amor, do carinho, da diversão nesses momentos cotidianos moldam o caráter de todos, principalmente das crianças.
Aqueles eventos raros e mais especiais, como festas de aniversário, brincadeiras no parque, ou viagens divertidas, se tornam somente pontos pequenos se o resto da vida não for feliz.
Não há tempo para se desejar calmaria. Calmaria é sinônimo de Zona de Conforto.
Despertar e sair da zona de conforto
Da psicologia definimos o que é Zona de Conforto:
Zona de conforto é uma série de ações, pensamentos e comportamentos que uma pessoa está acostumada a ter e que não a causam nenhum tipo de medo, ansiedade ou risco.
Na zona de conforto, as pessoas realizam sempre um determinado tipo de comportamento que lhe dá um desempenho constante, porém limitado e com uma sensação de segurança. Essa segurança é uma falsa segurança, uma vez que, quando ocorre uma grande mudança, quem está muito confortável leva um choque maior, e estará menos preparado para sobreviver do que os outros.
Os indivíduos em geral, necessitam saber operar fora de sua zona de conforto para realizar avanços, melhorar seu desempenho seja ele no trabalho, na vida pessoal etc. A zona de conforto é um tema sempre muito debatido na psicologia.
fonte: http://www.significados.com.br/zona-de-conforto/
Enquanto na zona de conforto, o lar fica inerte, perdido.
Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engodo dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. (Efésios 4:14)
Constantemente o Senhor grita:
Desperta, desperta outra vez, veste-te da tua fortaleza, ó Sião; veste-te dos teus vestidos formosos, ó Jerusalém, cidade santa; (3 Néfi 20:36 e Isaías 52:1)
Aqueles que estão na Zona de Conforto estão adormecidos!
Temos que despertar e começar a questionar as programações que recebemos no passado e começar a trabalhar nas programações celestiais, e ensina-las a nossos filhos.
Conclusão
O lar é um local de aprendizado, de esforço, de trabalho, de amor dedicado. O mundo celestial é como o lar. Como podemos esperar irmos morar no Lar de Deus, se não damos valor para o lar que temos hoje?!
Cada momento, cada ação, pode ser uma demonstração de amor, pode ser um aprendizado e mais um passo que fortaleça a família e ajude todos a caminharem juntos de volta ao seu primeiro lar.
Henry B. Eyring, primeiro conselheiro da primeira presidência, e um apóstolo do senhor Jesus Cristo, afirmou:
Assim como Jesus, em Seu ministério mortal, usou uma criança como exemplo do puro amor que as pessoas precisavam e podiam ter para tornarem-se semelhantes a Ele, Cristo deu-nos a família como exemplo de um ambiente ideal no qual podemos aprender a amar como Ele ama.
Isso acontece por que é no relacionamento familiar que encontramos nossas maiores alegrias e nossas maiores tristezas. As alegrias advêm de colocarmos o bem dos outros acima do nosso próprio bem (isso é que é o amor), e as tristezas advêm principalmente do egoísmo, que é a ausência de amor. O ideal que Deus estabeleceu para nós é o de formar uma família da maneira mais acertada para conduzir-nos à felicidade e de afastar-nos das tristezas. O homem e a mulher devem fazer o convênio sagrado de colocar o bem-estar e a felicidade do outro no centro de sua vida. Os filhos deveriam nascer em uma família na qual os pais consideram as necessidades dos filhos tão importantes quanto as próprias necessidades; e os filhos devem amar os pais e amarem-se uns aos outros.
Esse é o ideal de família amorosa. Em muitos lares há estas palavras: “Nossa Família Pode Ser Eterna”. Perto da minha casa, há um túmulo de uma mulher que foi mãe e avó. Ela e o marido foram selados um ao outro e a sua posteridade no templo de Deus por esta vida e por toda a eternidade. A inscrição na lápide diz: “Peço que não fique faltando ninguém”. Ela pediu que essa inscrição fosse gravada porque sabia que as escolhas de cada membro da família determinariam se a família voltaria a estar toda reunida. A palavra “peço” está ali porque nem Deus nem ela poderiam compelir ninguém a escolher a felicidade. Além disso, há Satanás, que quer a miséria e não a felicidade da família nesta vida e na eternidade.
(Conferência Geral de Outubro 2009 – Nosso Exemplo Perfeito)