Seleção Natural ou Artificial?
Nível HARD
Ponderando sobre o Darwinismo em contrapartida ao Criacionismo vários conflitos surgem. A maioria desses conflitos são reações básicas do instinto humano, misturadas com dogmas programados e até informações herdadas geneticamente.
Será que fomos criados ou simplesmente viemos a acontecer, após milhões de anos de “tentativas e erro”? Talvez sejamos uma mistura dos dois. Em parte, fomos criados pela mistura de DNA “extraterrestre” com DNA que evoluiu e se tornou adaptado ao nosso planeta.
Essa afirmação pode causar afronta para tanto os que creem em seleção natural, quando pelos que acreditam em Adão e Eva no seu sentido mais místico e milagroso. Mas volto a mencionar nossos dogmas, instinto e heranças genéticas que com certeza já iniciaram uma erupção de sentimentos e opinião ao leitor menos preparado.
Para questionar e, ao mesmo tempo, ilustrar o ponto que pretendo aludir irei usar como exemplo a Pirâmide de Maslow:
Irei presumir que o leitor já possui certo conhecimento da pirâmide, mas recomendo “Maslow e as necessidades humanas” para que torne a leitura mais compreensível.
Poucos seres humanos têm a oportunidade de experimentar todos os degraus da pirâmide. E mesmo questionando a afirmação anterior, quantos se permitem a honestidade de responder que entendem o sentimento mais profundo do desespero de não ter o que comer – e não a falta de um dia, o biscoito que gosta, de só ter o que não se gosta, etc. O sentimento de ser incapaz de se alimentar, de não ter o que se alimentar, de não conseguir pensar em qualquer outra coisa a não ser o desejo insaciável e enlouquecedor de ter fome ou sede e não ser capaz de satisfazer. Para os que passaram por crises de abstinência por uma droga qualquer tem ideia do que é esse sentimento.
Em contrapartida, quantos de nós podem dizer que já alcançaram tal sucesso na vida que em nenhum momento se preocupam se terão o que comer amanhã, que já estão tão à frente que deixaram de se preocupar com as coisas mais irrelevantes da vida e agora procuram somente transcender os limites da capacidade humana em todos seus aspectos – amor, inteligência, altruísmo, etc.
Para piorar, o pico da pirâmide tem se mostrado cada vez mais ilusivo, afinal no mundo capitalista um é “treinado” a nunca se sentir satisfeito com seus bens materiais. Acabamos por acreditar que aqueles que tem mais coisas são os que tem maior sucesso. Infelizmente ainda não fomos treinados a enxergar nem aura, nem personalidade de forma simples o suficiente para enxergar que possessões não representam felicidade, muito menos evolução humana.
Mais raros ainda são os que conseguiram transpor todos os degraus da pirâmide para entender realmente o significado da vida. Qual é o propósito da vida?
Tudo indica que nada é aleatório, pois quanto mais se pensa no “bem e mal” mais se percebe o quanto é subjetivo: Comer carne de cachorro é uma afronta para os amantes dos animais, mas comer carne de boi não; Homofobia é crime, mas heterofobia não; odiar uma religião considerada “satânica” é aceitável e, portanto, agredi-los também é.
Tudo é questionável, mas quem sabe a pirâmide de Maslow não seja somente um indicativo das necessidades básicas da humanidade, mas também seja uma pequena amostra do que nossa evolução realmente é.
Ou seja, somente quando somos capazes de transcender nossas próprias falhas como indivíduos é que conseguimos enxergar o que realmente somos. Todos os dogmas, doutrinas e heranças genéticas que adquirimos quando nascemos neste mundo inevitavelmente nos prendem a uma visão deturpada de nossa individualidade e de nossa participação no coletivo.
Dessa forma, podemos concluir que nossa evolução não é natural, mas sim artificial. Afinal, somente os que recebem treinamento emocional e também secular conseguem (na maioria dos casos) enxergar seu tamanho no universo e perceber o quanto precisamos de tudo em nossa volta para progredirmos. Então em algum momento (ou em vários) tivemos influência externa afim de auxiliar-nos a transpor algum dos degraus da pirâmide. Será tão difícil imaginar que fizeram com nossa raça o mesmo que fazemos com aquelas “pobres vítimas” da nossa sociedade?
Em conclusão, a seleção natural não funciona muito bem para seres humanos porque nela somente os humanos mais preparados para sobreviver ainda estariam vivos. Se for assim, todos os seres humanos imbuídos de compaixão e inteligência emocional devem ser extintos, para que o homem animal prevaleça (considerando que o “animal” é mais forte). Ou, os humanos mais agressivos e selvagens devem ser extintos, para que o homem transcendental prevaleça.
No cerne da questão ainda resta a decisão: Seleção Natural ou Artificial??
Agradecimentos à Danielle Tazen e Laís Braidatto pela revisão e comentários.
Referencias
http://www.simplypsychology.org/maslow.html
http://www.mundoeducacao.com/psicologia/maslow-as-necessidades-humanas.htm