Amor é uma escolha

Amor é uma escolha, use ferramentas

Relacionamentos Duradouros, amor é uma escolhaO Amor é uma escolha, use ferramentas

Antes de iniciar os argumentos deste artigo, preciso deixar completamente claro que conheço minhas fragilidades, defeitos e frustrações. Muitas vezes me arrependo de escolhas do passado e fico desejoso em conserta-las, ou mesmo voltar atrás. Frequentemente redescubro minha mediocridade e me vejo humilhado por minhas próprias falácias. Portanto, em todos os pontos discutidos neste texto, faço com total reconhecimento de que não sou perfeito, e muito menos um exemplo para outros. Dado o aviso, prossigo com o artigo.

Desde meu divórcio, em 2012, tive a oportunidade de conhecer e fazer amizade com mais de uma dúzia de mulheres, de todos os tipos de personalidade e históricos de vida. Dessa experiência recente, posso afirmar que meu pouco conhecimento em psicologia, hipnoterapia, grafologia, MBTI, entre outros, me auxiliaram a ser mais realista e criterioso na hora de escolher com quem me relacionar.

Nesses 5 anos, já disseram que lembro o Christian Grey (cinquenta tons de cinza) – na parte eclética do personagem, não no comportamento – por mais hilário que isso possa parecer. Já elogiaram minha voz – dizendo que até bula de remédio fica interessante com minha narração – e que sou um deus grego (bonito e intelectual). Recebo inúmeros elogios por ser um pai dedicado, detalhista, participativo, preocupado, presente, e por, principalmente, estar lutando pela guarda de minha filha. Mas, também já recebi críticas de tentar ser manipulativo, de opinião forte e por não deixar entrarem no meu íntimo. Já cheguei a ouvir que tenho transtorno de Asperger (autismo) por parecer “insensível”.

Com certeza também já surpreendi algumas com meu comportamento pacífico e calmo – que contradiz o que o senso comum sobre o que meu signo projeta. Mas, também já surpreendi com meu jeito introspectivo e pouco falador – que facilmente causa pausas perturbadoras nas conversas.

Indiferente de tudo isso, algo que tem sido difícil tanto para essas mulheres (que na maioria dos casos são doces e agradáveis) quanto para mim, é o fato de eu ter dificuldades em me relacionar de forma mais séria, incluindo por causa dos meus problemas em minha batalha pela guarda de minha filha (que é um tabu para ser discutido em outra ocasião).

Embora não exista receita de bolo para relacionamentos, e após longa consideração sobre as dificuldades em encontram uma pessoa compatível, cheguei a algumas conclusões, as quais gostaria de discutir:

Sentir empatia não dá passe livre para opinar

Empatia é uma qualidade maravilhosa, que permite que uma pessoa se coloque (ou pense) no lugar de outra, potencialmente compreendendo como a pessoa se sente, sendo capaz de ter compaixão e caridade. No entanto, há situações na vida, que são tão incomuns, que somente aqueles que já passaram pela experiência são capazes de sentir empatia por outros que estejam passando pela mesma coisa.

A morte de um parente próximo, como pai, mãe, avós, etc. trata-se de um evento traumatizante, indiferente das crenças que a pessoa possa ter sobre a “pós vida”. A perda de alguém próximo significa que não a verá mais nesta vida (se houver crença pós vida) ou mesmo nunca mais. Esse é um sentimento estarrecedor e muito triste. Aqueles que nunca passaram por isso podem até tentar consolar com discursos, abraços longos, sermões, ou qualquer outra coisa, mas nada vai preencher o vazio daquele momento. Esse é um exemplo mais extremo, mas existem várias outras situações que somente quem vivencia sabe exatamente o sentimento.

Abuso, maus tratos, assédio, dores físicas, ossos quebrados e várias outras experiências são únicas e quase impossíveis de estarem sujeitas a simples empatia, se não for algo já vivenciado por quem pratica a empatia.

Considerando essa premissa, muitos se veem no direito de comentar, opinar ou mesmo tentar apresentar um “plano de ação” para quem está na situação. As pessoas que não estão vivenciando, quando tentam “ensinar” quem está na vivencia, muito raramente tem a mínima noção do que estão falando. Frases comuns que os “empáticos” dizem: “Você tem que perdoar”, “você tem que desapegar”, “você tem que reagir”, “você tem que mudar sua vida”.

Talvez, algumas pessoas necessitem desse tipo de pressão ou sugestões, mas quem não tem conhecimento de causa não deveria opinar no que não tem conhecimento. Esse comportamento demonstra imaturidade e desgasta relacionamentos, sejam amizades, namoros ou casamentos.

Maturidade não tem nada a ver com idade

Já me falaram várias vezes para procurar alguém com idade mais compatível com a minha. Concordo que a idade influencia na maturidade (obvio), mas anos de vida nem sempre resultam em anos de maturidade. Esse ponto é claramente discutido nos livros O Código da Inteligência e A Trilha menos percorrida.

Quando as pessoas “reagem” e entram em “piloto automático” – agindo e reagindo de forma irracional – elas acabam por desgastar e destruir relacionamentos. Se uma pessoa não sabe se comportar em várias situações, como é possível conviver com essa pessoa? É claro que ninguém é perfeito, mas pessoas maduras são capazes de se abstrair o suficiente para conseguir perceber que estão agindo de forma errada. E, se não estão conseguindo sozinhas, aceitam que precisam de ajuda – todos precisam de ajuda – e aceitam ajuda.

O que é melhor, uma pessoa que já viveu muitas experiências e tem idade mais compatível, mas que está tão cheia de imaturidades, que uma pessoa de 18 anos estaria no mesmo nível de comportamento?

Não estou justificando buscar alguém de 18 anos, mas sim mostrando que idade não deve ser o determinante na hora avaliar maturidade.

Personalidade importa

As mídias sociais são uma ótima ferramenta para se conhecer a personalidade das pessoas. Já comentei sobre esse assunto antes, mas uma pessoa que posta selfies de forma compulsiva demonstra narcisismo, ou um pseudonarcisismo que tenta encobrir sua autoestima inexistente. Uma mulher ou homem que constantemente posta fotos exibicionistas, cultuando o físico, e repostando sobre o físico dos outros (como objeto sexual) mostram que isso é o que mais lhes importa. Isso é algo óbvio, mas que aparentemente muitas mulheres e homens de hoje em dia (em busca de milhares de “curtidas” e “seguidores”) esquecem e voltam a fazer.

O corpo físico enfraquece e envelhece, mas o conhecimento, personalidade e caráter são para sempre. Estudos recentes mostram que a falta de uso da mente favorece o desenvolvimento de doenças mentais como Alzheimer, demências, etc. O corpo envelhece de qualquer jeito, e quando essas pessoas sem personalidade perderem os tônus físicos, tudo que vai sobrar é um invólucro velho e enrugado, sem nenhum conteúdo.

Se uma pessoa tem um belo corpo físico, mas é impossível de conviver, quando sua beleza física desaparecer, o que essa pessoa vai ter para oferecer em um relacionamento?

Auto sabotagem é suicídio afetivo

Essa é uma crítica alheia, mas também pessoal, pois já me vi várias vezes pendendo a agir da mesma forma, por causa das minhas próprias inseguranças. Auto sabotagem é comum, mas maléfico a qualquer relacionamento. O medo de ser rejeitado é comum, mas se for inflado a ponto de se tornar uma fantasia, pode provocar comportamentos irracionais e irreais.

Se uma pessoa acha que a outra é “boa demais para ser verdade” e se permite começar a se rebaixar, se auto criticar e se desvalorizar, pode acabar por sentir tanto receio e medo de que a outra pessoa não a queira mais (afinal “o que EU posso oferecer para ele (a) ”) que acaba por rejeitar preventivamente, mesmo que a outra pessoa esteja feliz no relacionamento.

Parece absurdo? Logicamente, é absurdo, mas muitas pessoas se deixam levar por esses devaneios e acabam por destruir relacionamentos maravilhosos.

Ciúmes exagerados são nocivos

Ciúmes podem ter várias formas. Não é obrigatoriamente ciúmes da “competição”. Esses ciúmes podem se manifestar em desfavor de amigos, hobbies, empregos, serviços voluntários, espiritualismo (igrejas principalmente) e pior, nos filhos do companheiro (a). Em um relacionamento que tive em 2013, cheguei a ouvir que eu dava “atenção demais” para minha filha. Será que a pessoa conseguiu perceber o absurdo dos seus ciúmes?

Assustadoramente, essa situação acontece mais frequentemente do que desejamos, em que o companheiro (a) começa a querer controlar sua agenda, seus horários, seus hobbies, seus amigos. Esse tipo de comportamento destrói a individualidade, e provoca desconfiança, mesmo quando o outro se submete a todas essas exigências, pois ciúmes exagerados são um tipo de Obsessão Compulsiva, que não é nada normal.

Geralmente, esses ciúmes só tendem a aumentar, e destroem completamente qualquer relacionamento. Se você, ou a pessoa que ama, sofre de ciúmes doentios, ela precisa de ajuda profissional (terapia).

Incerteza provoca incerteza

Quando a pessoa elogia, reconhece seu valor, sente atração física, mas constantemente volta atrás – “chove, mas não molha” – a outra parte começa a sentir insegurança e dúvidas sobre o relacionamento.

Essa pessoa tem vergonha de estar com você? Essa pessoa está mentindo sobre seus sentimentos? Essa pessoa não sabe o que quer?

Consegue enxergar o dilema que a incerteza causa em ambas partes em um relacionamento? Se a pessoa não tem certeza que quer estar com você, então não existe relacionamento. Se você não tem certeza que quer estar com aquela pessoa, deixe-a ir. É melhor sofrer com a verdade, do que sofrer com uma desilusão em longo prazo.

Seja honesto (a) consigo mesmo e respeite os sentimentos da outra pessoa, a ponto de permitir que ela a ame genuinamente, ou siga em frente, para ser feliz com alguém que retorne seu afeto. Não fique “com medo de machucar” com a verdade, pois a mentira machuca mais em longo prazo.

Como filtrar pretendentes?

Quais são os critérios que eu uso para julgar um possível relacionamento? A maioria é clichê e já são conhecidas. Mesmo assim, abaixo comento cada um dos critérios, que me auxiliam até hoje a saber escolher um relacionamento.

Lista de prós e contras

Muitos já ouviram falar de listas de prós e contras. Acredito que esse método pode ter maiores resultados se cada item da lista PRÓ e CONTRA possuir uma nota ou atribuição de peso. Ou seja, se uma pessoa tem várias qualidades maravilhosas, mas aquele 1 defeito é extremo e impossível de se conviver, então o resultado seria CONTRA essa pessoa.

Por exemplo:

PRÓSPontosCONTRASPontos
Inteligente10Ciúmes doentios50
Carinhosa10Poucos estudos5
Trabalhadora10
TOTAL3055

Pela tabela acima, a pessoa possui várias qualidades, mas seu defeito tem um peso muito maior e a conclusão é que esse relacionamento não tem futuro.

Com esse tipo de avaliação, é muito mais fácil conseguir determinar quando um relacionamento vale a pena. Lembre-se que não é qualquer item isolado que determina a conclusão, mas uma avaliação realista e sincera do que é importante ou não. Se uma pessoa tem o “mau” habito de sair com os amigos sem avisar, mas que isso não é algo extremo (seu julgamento) então a pontuação não deve ser em detrimento das muitas qualidades que a pessoa possui.

Acompanhar postagens em mídias sociais

Como já comentei anteriormente, as mídias sociais são ferramentas extremamente úteis para avaliar a personalidade, caráter, opinião, hábitos, ideias de qualquer pessoa. Se as suas postagens são gritantes e opostas aos seus princípios, opinião, caráter, etc. então não há dúvidas que um relacionamento com essa pessoa não vai ter futuro. Pessoas que postam demais sobre si (selfies e postagens óbvias que buscam “curtidas”) mostram exatamente onde estão seus focos.

Pessoas que promovem bullying online, racismo, apologia ao crime, drogas, bebidas, desrespeito às mulheres, etc. mostram rapidamente suas opiniões sem precisar se expor a um relacionamento problemático. Se um homem postar sobre a sexualidade feminina e retratar as mulheres como objetos, ele nunca irá tratar uma mulher com decência e respeito.

Observar, conversar e analisar

Se o relacionamento tiver prosperado ao ponto de proporcionar oportunidades para observação, então observe com cuidado. Veja como se porta em meio a amigos, familiares, colegas de trabalho, em sua igreja, com seus filhos.

Converse sempre e preste atenção a contradições (age de uma forma, mas fala de outra) afim de determinar se está lidando com alguém sincero e genuíno, ou se é alguém que está “atuando” o papel de companheiro (a) ideal, até conseguir o que busca.

Seja objetivo e analítico durante as primeiras fases do relacionamento, para ter certeza que a pessoa realmente é aquilo que professa. Recomendo a leitura do livro da Ana Beatriz Barbosa Silva, Mentes Perigosas – O psicopata mora ao lado. Esse livro abre os olhos e justifica porquê observar, conversar e analisar.

Determinar a personalidade e compatibilidade

Pessoalmente, tenho a ferramenta da grafologia[i] como auxílio, além de todas as outras mencionadas a seguir. De qualquer forma, saber avaliar a personalidade da pessoa ajuda na hora de determinar se as personalidades (sua e dele (a)) são compatíveis é vital. Existem várias ferramentas de avaliação, incluindo MBTI (Myers-Briggs Type Indicator), Hartman Color Codes e até o signo (sendo o último somente em complemento das anteriores).

A personalidade da pessoa pode ser um complemento ou um paradoxo na sua vida, e deve ser levado em consideração na hora de avaliar se um relacionamento é possível. A atração física sempre é importante, mas a compatibilidade de personalidades é mais importante em longo prazo. Se a pessoa quer ser aceita com suas qualidades e defeitos, mas não quer aceitar os defeitos  de seu companheiro (a) e exige mudanças, então provavelmente um dos dois terá que se anular, e terão um relacionamento infeliz. Esse comentário serve tanto para homens quanto mulheres.

[i] Grafologia é o estudo da personalidade através da letra / escrita

Estudar sobre comportamento humano

Ao final deste artigo, listei vários links úteis e livros sobre o comportamento humano que considero valiosos tanto para o autoconhecimento, quanto para compreender como as outras pessoas agem, e porque reagem.

Esse conhecimento pode ajudar a lidar com várias situações, desmistificando e esclarecendo o motivo para as pessoas agirem do jeito que agem. Também ajuda a entender que os comportamentos dos outros não são um reflexo de sua personalidade, mas sim algo inerente a elas mesmas.

Estudar o comportamento dele (a)

Mesmo depois de acumular todo o conhecimento teórico, é vital continuar sempre aprendendo sobre a pessoa com quem temos um relacionamento. Seja um relacionamento romântico, ou mesmo com amigos, filhos, e pessoas queridas.

Relacionamentos são escolas, as outras pessoas são motivo de estudos aprofundados. Saber mais sobre aqueles que amamos aumenta ainda mais nosso amor e interesse por elas. Claro, esse interesse deve ser mútuo, para que o relacionamento seja duradouro, mas estar fora da zona de conforto deve ser sempre a meta e ferramenta de um relacionamento ideal.

Ter um modelo de “pessoa ideal”

Um modelo de pessoa ideal inclui todas as qualidades, tanto físicas quanto intelectuais que você considera mais atraentes. Essa lista pode incluir qualquer coisa. Ela não precisa ser pública e nem publicada em mídias sociais, como propaganda de “procura-se”.

A lista deve ser sincera e honesta, como um ponteiro de norte que aponte na direção da pessoa certa. Será muito difícil, se não impossível, encontrar alguém que possua todas as qualidades da sua lista. Mas essa pode auxiliar na busca pela pessoa que você considere “perfeita”.

Uma lista de qualidades, por ordem de importância, pode ser:

  1. Empatia
  2. Lealdade
  3. Inteligência
  4. Afetuosidade
  5. Educação
  6. Diplomacia
  7. Determinação
  8. Disciplina
  9. Atitude
  10. Beleza Física
  11. Estrutura social e financeira
  12. Engenhosidade (criatividade)
  13. Saber gerenciar um lar
  14. Talentos (música, artes, etc)

Conclusão

Apesar de todos os critérios que me auxiliam, estou ciente de que o fator “atração” sempre tem um valor alto, por mais que os outros itens tenham peso no veredito final. Não me considero um expert em relacionamentos, nem um Don Juan conquistador de mulheres. No entanto, pensei ser importante comentar minhas “descobertas” (que não são novidades, só são com minhas palavras) sobre relacionamentos, suas armadilhas e dificuldades.

 

Leitura adicional

Livros

  • A Linguagem Corporal do Amor – Dicas Para Se Tornar Mais Atraente Para o Sexo Oposto. PEASE, Allan e BARBARA
  • Mentes Perigosas – O Psicopata mora ao lado. SILVA, Ana Beatriz Barbosa
  • Pare de se sabotar e de a volta por cima. FLIPPEN, FLIP
  • A Trilha menos percorrida. PECK, M. SCOTT
  • O Código da Inteligência. CURY, Augusto

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Formulário de Prós e contras

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2 comentários em “Amor é uma escolha, use ferramentas”

  1. Acho bastante preocupante comparar-se a Christian Grey, que mostra-se dominador, opressor, misógino, claramente subjuga mulheres em seu “jogo de poder”, chantageia e manipula emocionalmente, ou seja, reproduz o modelo de masculinidade mais perverso e cruel. Interessante alguns pontos do texto, mas realmente esta passagem chamou-me a atenção, mas realmente fiquei boquiaberta com um dos requisitos: “saber gerenciar um lar”.

    1. Luciana, entendo sua preocupação, por isso quis deixar claro que é no eclético do personagem, não em seu comportamento psicopático. E não fui eu quem se comparou com o Christian Grey (eu não gosto de 50 tons de cinza).

      Sobre gerenciar um lar… eu sei gerenciar um lar – lavar roupa, fazer refeições, arrumar minha cama. Já encontrei mulheres que não sabem nem fritar ovos. Então, já que eu sei gerenciar um lar, nada mais justo de procurar alguém que saiba também, não?

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